Quem foi Janaína Dutra, ativista LGBTQIA+ homenageada pelo Google

Mulher trans, advogada e ativista, faleceu em 2004, deixando legado na luta pelos direitos da comunidade LGBTQIA+

Nesta terça-feira (30), a advogada Janaína Dutra recebeu merecida homenagem do Google Doodle. Mas afinal quem é essa mulher trans, ativista pelos direitos da população LGBTQIA+ que hoje faria 61 anos?

Goolge homenageia o 61.º aniversário de Janaína Dutra
Créditos: Reprodução Google
Goolge homenageia o 61.º aniversário de Janaína Dutra

Janaína fez história ao se tornar a primeira travesti do país a exercer a advocacia como membro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em 2004, aos 43 anos, morreu vítima de câncer de pulmão, mas seu legado permanece incentivando e ajudando a muitas pessoas,

Nascida em 30 de novembro de 1960, no distrito de Canindé, no norte do Ceará. Aos 14 anos, sua sexualidade foi descoberta por sua família que a apoiou durante toda sua vida, mas, nessa mesma época também passou a ser vítima de homofobia. Sem desanimar ou se intimidar, três anos depois, foi morar com a irmã em Fortaleza e passou a dedicar-se à defesa da comunidade LGBTQIA+.

Ativista deixou legado em defesa aos direitos da comunidade LGBTQIA+
Ativista deixou legado em defesa aos direitos da comunidade LGBTQIA+

Para melhor lidar com questões de injustiças, preconceito e perseguições vividas pela comunidade à qual pertencia, decidiu estudar Direito graduando-se em 1986 pela Universidade de Fortaleza (Unifor). Em seguida, foi aprovada no Exame da Ordem, tornando-se, assim, a primeira travesti a obter a carteira da OAB e a exercer a advocacia profissionalmente.

Ao longo da década de 1980, ela desenvolveu a primeira campanha de prevenção do HIV no Brasil com foco na comunidade transgênero, em colaboração com o Ministério da Saúde.

Ela também contribuiu para a fundação do Grupo de Resistência Asa Branca e foi a primeira presidente da Associação de Travestis do Ceará (ATRAC), uma organização sem fins lucrativos de referência com foco no desenvolvimento de apoio social e jurídico para a comunidade LGBTQIA+”.

Janaína sempre carregava consigo uma cópia da lei anti-homofobia de sua cidade natal, a qual teve papel fundamental em sua aprovação.